Autora: Bibi Ribeiro lido e postado em 2017Isabella nunca se encaixou em nenhum grupo. Se considerava estranha e tinha dificuldade em se relacionar com outras pessoas.
Então eis que surge uma grande oportunidade que vira todo o seu mundo de cabeça para baixo. Ela seria uma Procuradora de Princesas Perdidas, com a importante missão de encontrar as tão conhecidas Princesas de Contos de Fadas no meio de tanta gente comum (ou nem tanto) do Mundo Real. É claro que ela teria uma ajudinha. E esse parceiro é Lucas, um adolescente adorável que também se encontra perdido no meio dessa confusão em que as Princesas se colocaram. Como eles farão para encontrar essas Princesas quando essa busca envolve tantas situações complexas e sentimentos? Entre neste livro e viaje para o Mundo Real para descobrir o que acontece. Esse livro comprei em lançamento que a autora estava promovendo no stand da editora e até conversamos bastante lá no dia e também depois pela internet. Resolvi ler durante minha viagem de aniversário em fevereiro desse ano. O livro conta a história de Isabella, uma adolescente de 16 anos que não se dá bem com a mãe e é recrutada pela “Liga de busca real” para procurar princesas que se perderam quando vieram para o nosso mundo. Então ela descobre que a mãe dela também havia sido recrutada com essa idade. Quando ela falou isso, eu me identifiquei bastante porque os 16 anos também foram um tempo marcante pra mim: “O que tem de tão especial em ter dezesseis anos? Tudo acontece nessa idade, é?” Na tal liga, ela conhece Lucas e logo se tornam melhores amigos e namorados. Só que, ele se mostra distante em relação à vida pessoal até que ele lhe leva em casa e ela descobre que ele mora com os avós adotivos que o criam desde quando foi abandonado e, por causa dele, criaram um abrigo para cuidar de outros em situação de abandono. Então o livro vai alternando a busca das princesas com o relacionamento dos dois. Eles conhecem os príncipes e as histórias reais. Cada uma das princesas se perde em um pecado referente a alguma personalidade ou situação que teve na história. O trabalho deles é encontrá-la para convencer de que trilhou um caminho errado. Branca de Neve se tornou gulosa, Cinderela compulsiva por compras, e por aí vai... “As relações dos contos e da vida real... As princesas estavam perdidas em problemas nossos... O mundo que elas não conheciam... Os pecados que elas não conheciam e que nós mesmos caímos constantemente... Elas são tão como nós quanto qualquer um pode ser”. Um ponto que me marcou, até por causa da experiência que já tive nesse meio, é quando Isabella e Lucas estão suspeitando que uma das princesas fez pacto com o diabo e resolvem pesquisar sobre o assunto. Sim, a autora dá muitos detalhes e isso me surpreendeu bastante em um livro infantil: “Não conseguia acreditar que pessoas trocavam as coisas boas de Deus por satanás e seus bens materiais” De fato, muitos só têm interesse em dinheiro, fama e poder e, por isso, fazem pacto para ter essas coisas porque não amam a Deus e a ninguém, a não ser que esses possam lhes beneficiar. O que realmente não consigo entender é como pessoas fingem adorar a Deus e estão servindo ao diabo ou como negam a Cristo pra fazer isso. Já falei um pouco desse assunto quando resenhei o filme “O visitante”. No meio do livro, Lucas e Isabella brigam por um motivo totalmente fútil. Eu fiquei muito revoltada e triste com isso... Lembro de sensação parecida apenas quando assisti ao filme “As estrelas me mostram você” em que acontece algo semelhante. “Vocês acham que as princesas se perdem em algo ruim aqui, mas nas histórias elas eram perfeitas e ficam se baseando nisso... Simplesmente parem de ver as princesas como os seres perfeitos que elas não são! Ficará mais fácil quando perceberem que também nas histórias, elas têm defeitos e recaídas... Quando vocês virem as princesas como pessoas normais, vão entendê-las.” O que acho fascinante nos contos de fadas e nas mitologias em geral é que a quase totalidade é baseada na Bíblia ou na tradição oral. Antigamente, não existiam as Escrituras compiladas para Israel nem para a Igreja, e as histórias eram transmitidas oralmente ou pela arte sacra. Em povos que não conheceram a Lei e o Evangelho, ainda é assim. Há um livro chamado “O fator Melquisedeque” que ainda não li, mas sei que fala sobre isso. Claro que apenas a Bíblia é o registro fiel da Verdade, mas em todos os povos há histórias que servem de ponte. Estudei na faculdade sobre a estrutura do “monomito” que é a base de quase toda história e os passos são idênticos ao processo de conversão e santificação cristãs. Até o filme “Por que eu?” brinca com essa questão. Pode parecer confuso, mas vou dar alguns exemplos.
Enfim, se procurarmos com certeza acharemos mais coisas, mas isso é o suficiente por aqui. A única coisa que me chateou é que o livro acaba na melhor parte quando, finalmente, pensei que todos os mistérios seriam revelados e não foram porque se trata de uma trilogia com mais dois livros para serem lançados. “Pela primeira vez eu fui útil na vida de alguém. Pela primeira vez eu tive a chance de ajudar e mudar a vida das pessoas. E eu pude mudar a minha vida. Eu pude me mudar. Mas sabia que estava só no começo. Eu precisava me reencontrar e entender a minha história.” Spoilers: Depois de brigar com Lucas, Isabella sai da liga porque sente que não estava sendo valorizada. Ela logo é chamada para voltar porque não tem ninguém pra substituir, mas eles continuam se evitando. Trabalham juntos, são amigos, mas todos notamos que um ainda gosta do outro. No final, finalmente fazem as pazes, mas o livro deixa várias pontas abertas: O que Lucas ainda não contou pra Isabella? o que a mãe esconde dela? Por que Priscilla (funcionária da liga) age de forma perversa? Por que as princesas se perdem todo ano?
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Novembro 2021
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